quarta-feira, 27 de junho de 2007

Itália






Com algum atraso, vou falar sobre minha viagem a Itália.


Fomos convidadas, eu a Sibele, a passar uns dias na casa da minha amiga e ex flatmate Chiara. No dia 08 de junho, embarcamos então para Parma e a Chiara nos levou a sua cidade, ou paese, o nome italiano para cidade pequena.


Já na ida para a casa da Chiara, percebi que o estilo do local era muito mais próximo ao Brasil, com casas diferentes umas das outras, outdoors, uma bagunça que é comum no Brasil, mas que quebrou a monotonia da organização arqueitetônica inglesa vista nos últimos meses. Gostei!


A cidade é realmente pequenina, mas com uma cara de Itália! Pelas casinhas todas juntinhas, a praça com o Castelo, a Igrejinha, as pessoas andando de bicicleta, todas dando Ciao para a Chiara...


Fizemos um tour a pé pela cidade e fomos apresentadas aos avós da Chiara, algumas amigas, fomos a Igreja, andamos na praça numa bela sexta-feira de sol! Também estava com saudade de sol e calor!


A noite, fomos com a Chiara e o Luca para Reggio Emilia, uma cidade maior, com muito movimento noturno, bastante jovens na rua, e o casario típico. Encontramos com os amigos deles, comemos uma pizza e nos divertimos muito, já que os amigos dela são muito legais! O curioso é que dá para entender o italiano (quando eles falam em uma velocidade razoável, claro), aí você quer sair falando italiano e não consegue, hehehe! Detalhe da noite foi a cara de espanto da Sibele que pediu um café, e quando viu, me perguntou: Ligia, tem alguma coisa errada, cadê o café??? Aí eu falei: Acho que é isso mesmo, é bem pouquinho!!! Mas realmente é muito pouquinho... e muito forte!


No sábado fomos a Pádova, no santuário de Santo Antonio, como a mãe da Sibele havia pedido. Padova é uma cidade grande, bem bonita e o dia estava lindo, até quente demais para meus novos padrões.


Ficamos o dia todo lá, e a visita ao Santuário foi muito emocionante! Muitas pessoas peregrinando e passando por onde o corpo de Santo Antonio, que nasceu em Lisboa, está. A Sibele ficou muito emocionada!!!


Também fomos a Igreja de Santa Giustina, onde São Lucas e São Prosdócimo estão enterrados.


Passeamos bastante pela bella cittá, andamos muito, cansamos muito.


No domingo fomos a missa e depois almoçar na casa dos pais da Chiara! Muito legal almoçar em família, mesmo que seja emprestada!!! Depois fomos a Carpi, uma cidadezinha perto de San Martino e no museu da agricultura, no Castelo de San Martino.


Adorei a parte da Itália que eu conheci! As pessoas foram muito acolhedoras, o clima estava bonito e a sensação de família foi bem aconchegante!


As fotos estão no meu Picasa, é só clicar em Itália, que você acessa o meu album


sábado, 16 de junho de 2007

Edimburgo

Castelo de Edimburgo

Hostel Castle Rocks


Arthur's Seat


Castelo de Edimburgo

No dia 01 de junho, eu e minha amiga Sibele fomos a Edimburgo, na Escócia, passar o final de semana e para um reunião que eu tinha na segunda com o pessoal do Anderson Gait Laboratory, que desenvolveu a escala de Edimburgo, razão do meu doutorado sanduíche.
Fomos e voltamos de Megabus, um tipo Ryanair dos ônibus, se é que isso é possível. Pagamos treinta pounds ida e volta (menos de 120 reais), por uma viagem que dura nove horas a partir de Londres. O problema é que o custo baixo do ônibus se refletiu em uma noite muito mal dormida, hehehe. Eta onibuzinho ruim!!!!
Como a jornada toda foi value (pobretonas querendo viajar é assim), ficamos em um Hostel e dividimos quarto com mais quatorze pessoas... O que acho que estou um pouco velha para fazer. Mas dadas as circunstâncias, a estadia foi tranquila.

Chegamos em um sábado de manhã e fomos direto explorar a cidade, que é uma maravilha, toda medieval! Parece que você está em um filme que retrata a idade média e que vai dar de cara com um cavaleiro de armadura!!!
O clima da cidade também favorece a criação de uma atmosfera meio nebulosa. Fazia um pouco de frio e estava bem nublado.
O legal da Europa é que você sai de uma região e encontra outra com características completamente distintas! A arquitetura de Edimburgo, com castelos, prédios meio acinzentados, algumas colinas e o inconfundível castelo sobre a rocha é muito peculiar e inspiradora.

Para quem não sabe, a Escócia faz parte do Reino Unido, mas é um outro país (na verdade isso gera uma confusão enorme na minha cabeça... País, reino...). Antes do século XVII, a Inglaterra e Escócia eram reinos distintos. Os reinos foram unidos em 1603, quando James VI da Escócia, filho da rainha Elizabeth, herdou o trono da Inglaterra, sendo coroado como James I. O tratado de união dos países foi em 1707, há exatos 300 anos, quando os escoceses fecharam o parlamento próprio e passaram a ter representantes nas câmaras do Lords dos Comuns, em Londres. (Mais informações em http://www.litencyc.com/php/stopics.php?rec=true&UID=1153 ).

Em Edimburgo ainda há o Palácio de Holyrood (não é Hollywood, não errei na escrita), local onde a família real ainda passa alguns períodos (onde estavam quando a Diana morreu, como retratado no filme The Queen). Há também um morro muito bonito, chamado de Arthur's Seat (cadeira de Arthur), de onde se tem uma vista privilegiada da cidade e o Calton Hill, um outro morro, com uma torre, um castelo pequeno e uma acrópole (construída no séculoXIX e não terminada), de onde dizem que o por do sol é maravilhoso! Fomos para lá umas seis da tarde...Mas não fomos muito felizes em ver o pôr do sol por dois motivos: como a Escócia é muito ao norte, nessa época do ano está escurecendo em torno das 10 e meia da noite, então o sol estava longe de se pôr...sem contar que o tempo nublado não nos deixou ver o sol muitas vezes... Mas quem consegue ir a esse morro com sol é muito afortunado, porque o espetáculo é belíssimo.
Também há uma rua, chamada Royal Mile,com muitas lojinhas de produtos escoceses, com os Kilts (trajes escoceses com saias masculinas) a venda e com muitas atrações. Também nas ruas há as bandinhas com gaitas escocesas e a música celta, que é muito interessante.
Caminhamos muito no primeiro dia, jantamos antes de ter escurecido (comi um cordeiro muito bom) e fomos para o Hostel,que fica muito perto do Castelo, onde fomos no domingo.
A visita ao Castelo de Edimburgo nos tomou praticamente o dia todo. O Castelo tem até fosso!!! Imaginei até um jacaré, igual aos desenhos, mas não tinha água para ele, hehehe.
Como é localizado em um ponto muito alto e a construção é em formato de caracol, o Castelo era um local muito protegido dos alvos militares, com muitos portões e locais para defesa em caso de ataque.

A História do Castelo remonta ao ano 800 antes de Cristo (uau!!!), período em que se encontram as primeiras referências ao local, mas como local de defesa militar há relatos do ano de 600 D.C.
Quem quiser saber mais sobre a história do Castelo, clique na página oficial: http://www.edinburghcastle.biz/history.html


Depois do Castelo, também fomos ao museu do Whisky (mas não entramos, porque estava muito caro), demos mais uma passeada pelas ruas e fomos jantar um prato típico escocês, o Haggis, com purês de batata e batata doce e uma carne (acho que vísceras,mas não quero nem pensar muito nisso).

Valeu pelo típico, experimentamos, mas é HORRÍVEL,UGHHHH... Muito spicy (para quem me conhece sabe que não sou muito adepta das pimentas, mas acho que até para quem gosta estava forte demais). Então, quando forem a Escócia,peçam o prato para dividir com mais dois ou três, só para dizerem que provaram...Se gostar pode pedir mais um, mas não aconselho...

Na segunda, fui conhecer o laboratório de marcha e tirar minhas dúvidas referentes a escala... Vou poupá-los dos detalhes técnicos, mas valeu a pena ter ido lá...Muitas dúvidas foram esclarecidas...

Aproveitamos para conhecer a praia de Edimburgo... Sabe como é, quase verão,a gente queria ver a praia... Essa vou deixar de comentar e pedir para vocês vejam no Picasa. É só acessar pelo link que coloquei no título do Post (Edimburgo).

A Noite pegamos o Megabus e depois de passarmos uma noite do cão, tentando dormir (com a cabeça caindo para a frente, porque a inclinação do banco era de uns 5 graus),chegamos em casa.








sexta-feira, 15 de junho de 2007

Retorno aos posts




Nossa, há mais de um mês que não escrevo!!! Nesse meio tempo, eu me mudei, fui para Edimburgo e para a Itália e estou me preparando para a chegada do Rafael (daqui a duas semanas).



Mais de dois terços da jornada completados!!! Agora falta somente um mês para eu terminar meu doutorado sanduíche! Não sei se isso é comum a todas as pessoas,mas a sensação de que poderia ter trabalhado mais antes e não ter deixado tanta coisa acumular para o final é um pouco desconfortável. Mas tenho um motivo: Meu orientador daqui é muito ocupado e foi adiando a gravação dos vídeos das crianças... E agora bate o medo de não conseguir filmar em tempo hábil... Mas espero que esse medo não se concretize e vou fazer de tudo para finalizar meu trabalho por aqui da melhor forma possível, para poder aproveitar o passeio pela Europa com o grande amor da minha vida!



Agora o que me motiva é a sensação de estar cada vez mais perto do Rafael e da volta para minha casa, para minha vida, para meu Brasil amado! Gostei muito daqui, acho que temos que aprender com os europeus em muitas esferas, mas também temos muito a ensinar!



Amo o Brasil, talvez porque todas as pessoas que amo estejam no Brasil...Sim , talvez isso faça distorcer um pouco a imagem (distorção para melhor), mas ofato é que para mim, não há lugar melhor no mundo!!!



Sobre minha mudança, fui para uma suíte, o que faz minha vida um pouco mais confortável aqui e é parte da preparação para a vinda do Rafael. Tenho cinco flatmates agora, todas mulheres e todas asiáticas. Uma Coreana, uma Taiwanesa, uma Malaia e duas Tailandesas. São simpáticas, mas muito diferentes dos amigos que fiz na antiga casa. Não sei se é por causa de ter banheiro no quarto, mas o fato é que não há muita interação... Sempre que vou a cozinha,não vejo ninguém, e quando estou fazendo comida e alguém entra, ou se fica em silêncio (o que para mim é super desconfortável) ou elas pegam alguma coisa e vão para o quarto. Desse jeito, até eu, que falo mais que uma "matraca", não consigo muitas conversas... Amizade acredito que será praticamente impossível... Mas o Rafael já chega e teremos pouco tempo aqui, sem contar a Sibele, que sempre está comigo.



Fiquei ainda mais perto do prédio do meu office... A foto que ilustra esse post é do Duke of Kent Building, onde fica meu office, vista do meu quarto!



A seguir, vou comentar sobre as viagens a Edimburgo e a Itália.

domingo, 6 de maio de 2007

Amigos




Semana passada, meu amigo Dara voltou para o Iraque e na última sexta, minha amiga Chiara voltou para a Itália... Fiquei um pouco triste, mas as coisas são assim, as pessoas entram e saem de nossas vidas, mas sempre deixam suas marcas!

Estes acontecimentos me fizeram refletir: em quanto tempo se pode dizer que uma amizade é verdadeira? Talvez menos tempo do que eu imaginava. As circunstâncias colaboram para que a profundidade da amizade seja maior ou menor. Talvez aqui, por estarmos sem famílias e amigos de toda vida, a velocidade com que a amizade se cria é maior... Alguns exemplos pessoais:

Sibele - por meses ela tem sido minha melhor amiga. Nos conhecemos através do Orkut, ela soube que eu estava na mesma universidade que ela e me mandou um scrap. Acho que dias depois já estávamos indo para Londres juntas e agora ela é minha companhia constante nos finais de semana e nas viagens que fazemos. Engraçado que em pouco tempo, já passamos por momentos intensos e difíceis, principalmente na vida dela. Uma amiga, companheira de jornada aqui na Inglaterra, que com certeza tem tornado meus dias mais agradáveis e amenizado a distância dos meus outros amigos e familiares.

Dara - meu amigo Curdo, que morou por três meses na mesma casa que eu. Com ele, aprendi muitas coisas, por exemplo que nós no Brasil somos muito sortudos, por não vivermos uma ameaça tão grande por séculos (temos ameaças grandes por causa da violência, mas acho que não é tanta quando uma guerra, que é mais generalizada e não tem muito como se defender...).

Outra coisa que aprendi: A diferença entre nascer em um país e pertencer a um povo, ou nação , ou etnia, ou wathever. Para nós, nascemos no Brasil e por mais que sejamos 100% descendentes de italianos,por exemplo, nos sentimos Brasileiros. Ele se define como Curdo, não como Iraquiano. No começo eu não entendia muito isso, mas depois que ele contou para mim e para a Chiara todos os sofrimentos pelos quais ele e a família passaram, por exemplo quando o Sadam envenenou o ar do local onde a família dele vivia com o gás Sarim e ele perdeu dois tios e quase perdeu a irmã... Mas ele era bem animado, vivia brincando conosco, com o fato de fazermos muitas perguntas para ele. E conseguíamos nos ajudar...até alongamento fizemos!!!

Chiara- uma amiga italiana,muito querida, muito especial, delicada, carinhosa, pouco freddolina (friorenta) e imbranata (atrapalhada)... Como ela também é casada, nos identificamos muito uma com a outra...Nosso inglês também foi melhorando com o tempo, mas as vezes nos comunicávamos em portu-italiano, quando havia palavras que não sabíamos. Pena que ela ficou somente dois meses... Mas a profundidade da nossa amizade também foi grande! Tínhamos altas conversas filosóficas, assistíamos a filmes juntas, ríamos, fazíamos jantares, passeávamos juntas e tive o prazer de conhecer a sua família, também muito querida! Ela ficou tão amiga minha e da Sibele que até vamos para a Itália visitá-la em Junho.

A esses grandes amigos, sim, são grandes amigos mesmo, só tenho a agradecer, por terem tornado meus dias mais alegres e por terem me ensinado muitas coisas!!! Tenham certeza que vou guardá-los no meu coração para sempre!!!

terça-feira, 1 de maio de 2007

Oxford



No último sábado, dia 28 de abril, eu e a Sibele estivemos em Oxford, cidade famosa por sua Universidade. A cidade fica a uma hora de trem de Guildford. Ficamos impressionadas com toda história que existe lá...

A cidade é conhecida por abrigar a Universidade de língua inglesa mais antiga do mundo, que foi fundada por volta de 1200. Também acredita-se que seja uma das cinco mais antigas do mundo todo...

Na verdade, a Universidade não é um campus, mas é distribuída em vários Colleges, a maioria no centro da cidade. Nesses Colleges, os estudantes têm aulas e moram... E em um desses, um dos mais antigos, o Christ College, fica a catedral Anglicana da cidade, fundada pessoalmente pelo Rei Henrique VIII (aquele que decidiu criar a Igreja anglicana para poder se divorciar). Este prédio se destaca pela grandiosidade e estilo gótico, tendo sido inclusive cenário dos filmes Harry Potter 1 e 2.. O engraçado é ver que há jovens morando ali...Confesso que não gostaria muito...O lugar é antigo demais e os quartos devem ser amedrontadores...

A cidade é berço de alguns autores bem famosos, como Lewis Carrol (Alice no País da Maravilhas), Tolkien (Senhor dos Anéis) e Ian MacGregor, um escrito famosíssimo aqui na Inglaterra nowadays, mas confesso que não conheço seus livros, nem lembro de um para citar...

Fomos também em dois museus: O museu de história Natural de Oxford, com várias alusões a Charles Darwin , e principalmente a viagem a bordo do Beagle e o museu da Ciência. O museu de história Natural fez lembrar-me bastante do meu primo Giovanni, que gostava muito dos dinossauros quando era criança, adolescente. Tirei uma porção de fotos para ele. Também lembrei muito dele, pelo clima da cidade, perfeito para os jogos de RPG dele e pelo fato dele gostar da obra de Tolkien. Deu saudades, Vanni, espero que goste das fotos!!!

O outro museu em que fomos, acredita-se que seja o mais antigo do mundo.. O Museu Ashvoliano, atualmente Museu da ciência. Foi fundado no século XVII, tem muitos equipamentos como astrolábios persas, tabelas matemáticas, microscópios rudimentares, frascos de quimica antiga...enfim, tudo o que se começou a utilizar para chegarmos onde estamos em tecnologia... Fiquei pensando...como a gente é mais ou menos...esses caras sim, faziam ciência...Com todas as dificuldades de quem tem que criar os equipamentos para conseguir verificar alguma teoria... O mais interessante é que lendo o livro : Breve História de quase tudo, do Bill Bryson, se tem a dimensão do quanto os cientistas da época sofriam para gerar algum conhecimento novo...

Realmente foi muito bom ter ido para lá, conhecer tudo isso... Sempre é bom aprender....e cada vez mais sei que não sei nada.

As fotos estão no picasa, clicando no título do blog você consegue acessar...